6 de março de 2009

A Volta da Juventude

Falar sobre ecologia hoje parece algo como modismo, todos falam, muitos discutem e debatem sobre o tema, existe um mundo de informação e até um prêmio Nobel com o Al Gore em 2007, candidato derrotado na eleição americana, pelo debate em relação à mudança climática e suas consequências. Mas como este tema está chegando a nossa vida, no dia a dia? Existe ainda um abismo entre a teoria e a interiorização da ecologia em nossa vida.
Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente, essa definição, por um momento, nos leva a esquecer o turbilhão de informação que recebemos diariamente como efeito estufa, aquecimento global, elevação do oceano, floresta amazônica, poluição dos rios e nos remete a uma visão mais abrangente, a visão que nós como indivíduos interagimos diariamente um com os outros; locomovemos-nos para nos encontrar, enviamos e-mails através dos computadores, usamos energia, falamos ao telefone ou apenas respiramos; e também com o meio ambiente ao comermos, comprarmos, consumirmos sua água ou mesmo descartarmos nosso lixo, mas essa definição de ecologia que é de aproximadamente 1900 na verdade traz esse tema para o individuo, para eu e você, pois traz o temos a minha interação com os outros seres e com o meio ambiente.
O sistema atual, baseado no consumo, colocou um preço em tudo, incluindo em nós seres humanos e principalmente na natureza. Tudo tem seu preço. Todos têm um preço. Qual é o seu preço? Me fala o preço dessa árvore que eu compro? Dessa licença que eu compro. A questão da ecologia é apenas mais um material de consumo, a ecologia enquanto natureza será consumida enquanto o preço estiver valendo a pena e quando não estiver mais dando o retorno financeiro necessário, por razão das cobranças do governo ou altas taxas, reduzirá muito o interesse do capital e talvez se inicie a preservação de fato. Mas será esse o caminho então? Regulamentar, fiscalizar e colocar altos impostos para que diminua o interesse? Essa é arma do capital! Enquanto a interiorização da ecologia é diferente, pois não nos importa o preço mas sim o seu valor, o quanto admiramos a sua importância e necessidade, o quanto nos comovemos e nos engajamos no dia a dia para sua reconstrução. Funciona como uma amizade, um amigo está dentro de nós, então lembramos desse amigo no dia a dia, conversamos, interagimos e investimos nessa amizade.
Será essa a nova missão da juventude? Os jovens sempre estiveram engajados nas grandes transformações do mundo, lembrando as mais recentes, marcha contra o nazismo, discordância contra a guerra do Vietnã e principalmente no nosso País a luta contra a ditadura e pelos direitos de liberdade, e os “caras pintadas”. Chegou a hora da juventude se engajar novamente! Como está o aproveitamento de reciclados em casa? Na universidade e no trabalho? Estamos plantando árvores? Nossas universidades e empresas têm iniciativas ecológicas? Pedimos o debate sobre esse tema? Existem leis municipais adequadas? Porque os novos prédios não captam água da chuva? Quem ira sair as ruas para cobrar isso? Temos que reduzir nosso consumo, nossas sacolas, nossas embalagens e lixos. O mundo grita pelo engajamento da juventude!
Marco André

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